Criar um Site Grátis Fantástico
Votem Abaixo
Quais são os poetas favoritos :
Vinícius de Moraes
Augusto dos Anjos
Florbela Espanca
Cruz e Souza
Álvares de Azevedo
Shakespeare
Carlos Drummond de A.
Clarice Lispector
Ver Resultados

ONLINE
3



LENORE

LENORE

Em certa hora, o silencio...

O silencio dessas horas tais,

Eu, exausto e lendo...

Aqueles antigos poemas de sílabas

Fatais

 

Eu quase adormecendo,

De infinda fadiga, sonolento...

Olho à sombra...

 Á sombra que me assombra,

Da meia noite que me amedronta

 

Como de quem bate a porta de mansinho,

O coração medroso a pulsar devagarinho...

Na penúltima estrofe daqueles versos tais,

Como um moribundo ante a morte sobre

Aquelas sombras funerais...

 

Estremeço! Lendo o ofício da última

Agonia,

Há um silencio que clama repouso,

Eu, ali, lia adormecendo pouco a pouco,

 

Quando de repente à porta, à porta...

Em três pancadas...

Já é alta madrugada

Quem será a essa hora?

Abro a porta devagarinho e digo

Essas palavras tais;

Queira me desculpar à demora

Entre e tragai comigo esse antigo vinho...

Ali já não estava mais sozinho

E minha alma que estremecia não

Estremecera mais...

 

De vestes pretas e de capa umbrosa

Era a morte...

Que naquela noite escura batia-me

A porta sem mais delongas...

Sem mais vacilo, minha negra sorte,

Lady, senhora da noite que me assombra...

Já que vens de tão longe,

Bater-me a porta a essas horas fatais

Dizei-me sem mais demora oque queres?

Oque aqui faz?

E ela diz com voz grave e sarcástica;

Vim atender tua dor e dos

 Teus sonetos tais...

Vim suavizar-te o fardo e o teu pesar

Descontente...

Livrar-te do penar de repente,

E conceder-te a glória do sono

Da verdadeira paz!

                             Autoria: Lord késene